segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Algumas Armas de Hastes

 


 

Originalmente publicado no site Portal do Historiador.

 

Olá! Hoje veremos essa compilação de artigos que eu fiz: este texto está maior do que aqueles que eu normalmente faço, porém ele é completo.

 

As armas de haste são armas longas e feitas de madeira com uma ponta metálica em uma de suas extremidades.

                      

A Lança

Esta arma possui entre 1 metro e dois metros (no máximo). Não existe uma métrica certa que defina onde começa e onde termina uma lança curta ou uma lança longa, os autores divergem quanto a isso, mas sabe-se que a lança por ser uma arma eficiente, simples de ser operada e fácil de ser fabricada (além de barata pois leva pouco metal) ela era comumente vista nas mãos de soldados por toda a Europa, seja na Era Antiga ou na Era Medieval. Existem vários tipos de lança com os mais variados usos, porém a simplicidade em seu uso é denominador comum em todas elas. Se uma lança possuir mais de 2 metros de extensão, não se trata mais de uma lança, mas sim de um pique.

 

Pique

O pique (“pike” em inglês) é uma longa arma com pelo menos 2 metros de extensão, podendo ter mais de 5 metros! É basicamente uma “lança longa” e era utilizada principalmente pelos famosos mercenários suíços em suas batalhas campais contra outras infantarias ou contra cavalaria. O uso do pique ostensivamente por forças de infantaria, principalmente a partir de 1500 auxiliou a cavalaria a perder parte de sua importância militar.

Piqueiros x Cavaleiros.


 

Partazana

Essa arma também pode ser conhecida como “partisan”, passou a ser popular entre infantarias europeias a partir do século XVI d.C. O termo partazana deriva do francês “partisan” que literalmente significa “partido”. Sendo assim, partazana seria uma maneira de se referir a lanças com ganchos nas laterais (lanças partidas) que foram muito populares entre infantarias, sobretudo as do Leste Europeu, que as utilizavam para barrar ataques de cavalaria. Possuíam entre 1,80 metro e 2,50 metros de extensão. Neste outro artigo eu falei exclusivamente sobre ela, vá lá e dê uma olhada.

Dois tipos de partazanas.


 

Acha

A acha é uma arma de madeira e metal que servia para golpes contundentes e perfurantes, dependendo da maneira como se a utiliza!

A acha é conhecida como “polaxe” ou “war of hammer” em fontes gringas, porém isso em inglês. Em francês o nome da arma é “hache” e em italiano medieval é “azza”: o termo em português “acha” deriva destas duas últimas palavras!

O auge da acha foi no século XV d.C, quando se tornou a arma favorita dos duques de Borgonha, que na época eram os mais ricos da Europa (e rivais dos reis da França pelo controle do país). Por falar nisso, é de meados do ano 1400 a obra “Le Jeu de la Hache”, o manual que melhor descreve as técnicas de uso da acha e que foi escrito por um mestre milanês anônimo á mando do duque da Borgonha Filipe, o Ousado.

A acha era utilizada para esmagar inimigos que estivessem armados da cabeça aos pés (isto é, vestindo armadura e protegidos inteiramente!). Também tem um artigo exclusivo aqui no blog sobre a acha, basta clicar aqui para acessá-lo e lê-lo!

Uma acha.


 

Bill

O “bill” ou “bill hook” é uma arma de haste pouco conhecida no Brasil, mas muito famosa sobretudo na Inglaterra, que em épocas passadas mantinham homens especificamente treinados no uso dessa arma, os chamados “billman”, que usavam essa arma para confrontar (principalmente) cavaleiros.

Um bill tem as suas origens em um instrumento agrícola próprio para se fazer a poda de frutas e exemplares entre os 1,50 metro e os 2,75 metros eram utilizados principalmente entre ingleses e italianos. Normalmente a arma era utilizada com o seu gancho batendo no alvo (um cavaleiro) e a ponta era utilizada para controlar um inimigo e em certas situações, estoca-lo, porém os bills italianos tinham uma ponta maior o que possibilitava aos seus usuários utilizarem mais os golpes de estocada do que entre outros povos.

Um bill.


 

 

Bardiche

Essa arma era muito cruel pois combinava o melhor da lança com um machado. Muito utilizada na Idade Média e na Renascença, sobretudo na Europa Central e Rússia, o bardiche em sua lâmina (a parte metálica) tinha cerca de 60 cm de comprimento, tendo ao todo 1,50 metro. Era considerado um machado pesado mais do que uma arma de haste segundo alguns autores.

Um bardiche.


 

 

Alabarda (Halberd)

A alabarda europeia aparentemente tem a sua origem na Germânia (Alemanha atual) de onde o seu nome deriva das palavras haim (vara/cajado) e barte (machado). A arma combina o melhor de ambos e foi largamente utilizada por infantarias a partir dos anos 1300, com destaque para as famosas companhias mercenárias de suíços, que se valiam das mesmas em combate. A Guarda Suíça do Vaticano ainda utiliza essa arma em serviço, embora a mesma seja mais relegada a um uso cerimonial. Tinham entre 1,50 metro e 1,80 metro de comprimento e podiam ser utilizadas tanto para bater em um cavaleiro derrubando-o, quanto podia ser utilizada em golpes de estocadas.

 

Alabardas.


 A Guarda Suíça do Vaticano com Alabardas.

 

 

Essas foram as principais armas de hastes que foram exibidas neste artigo! Fiquem com Deus e até a próxima!

 

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A Arte da Guerra (de Sun Tzu) x A Arte da Guerra (de Maquiavel)

 


 

Olá! Neste texto veremos as principais diferenças entre os dois livros chamados de “A Arte da Guerra” e que possuem autores diferentes.

 

 

Comparação

Eu li recentemente ambos os livros e as principais diferenças são:

1.   O livro de Sun Tzu é voltado para a formação de um general, enquanto que o livro de Maquiavel é voltado para a formação de um exército institucional (e de caráter nacional).

2.   As instruções que Sun Tzu dá funcionam como “regra geral” enquanto que no livro de Maquiavel, o personagem Fabrizio Colonna oferece “regras detalhadas” à respeito de diversos assuntos.

3.   A obra de Sun Tzu foca bastante nos cálculos e na preparação do general antes das batalhas e a obra de Maquiavel foca nas formações e na preparação da tropa.

 

Essas são as principais diferenças entre uma obra e a outra. Ambas são muito boas e oferecem aos leitores dicas valiosas quanto à arte da guerra! Existem uma série de pequenas diferenças existentes entre ambas as obras, porém eu me limito a descrever as principais, deixando para os leitores esses pormenores!

 

Fiquem com Deus e até a próxima!