segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Teste com Facas #1: Minhas Impressões

 


 

Eu testei uma faca de churrasco da Brinox de seis polegadas (cerca de 15 cm). E agora dou as minhas impressões dos meus testes com a mesma.

Lembrando que os testes de corte e estocada estão no YouTube (no final deste artigo).

 

A Ponta

Após comprar a faca, a minha mãe a pegou para cortar alimentos e quando eu a peguei para fazer os testes, tive uma infeliz surpresa: a ponta da faca estava levemente inclinada para um dos lados, o que mostra que na hora da têmpera, ocorreu algum problema...

 

O Teste Em Si

Inicialmente os primeiros golpes foram feitos com uma pegada que eu chamo de “Pegada Filipina”, porém depois destes primeiros golpes, eu mudei para uma pegada que eu chamo de “Normal”. A partir de então todos os testes foram feitos com esta última pegada.



1-Pegada Filipina. 2-Pegada Normal.


Pessoalmente eu achei gostoso manobrar com essa faca, o cabo é anatômico e pela sua composição, faz com que a mão não escorregue.

 

Conclusão

Os golpes e movimentos fluíam normalmente e eu me senti seguro em utilizar a faca para a minha defesa pessoal. Claro: entre uma faca tática e ela, eu prefiro claro, uma faca tática, mas para quem não tem dinheiro e nem condições físicas de obter uma boa faca, ela resolve...

terça-feira, 26 de outubro de 2021

A Receita Para Se Tornar Um Mestre (Fraudulento)!

 



Olá pessoal! Depois de algum tempo sem uma postagem eu estou de volta! Hoje eu vou compartilhar com vocês um texto que foi inspirado em um vídeo de Marco Gimenez, do canal no YouTube Núcleo Dharma. No final deste artigo estará o vídeo para o caso de vocês desejarem assistir: ele está em português do Brasil.

 

Introdução

Marco Gimenez treinou judô e kung fu por anos de sua vida, chegando à faixa roxa dentro do judô e ao grau de mestre no kung fu. Dentro do kung fu ele teve experiências desagradáveis e baseado nelas, montou um vídeo cujo título é “Guia para se tornar um GRANDE Mestre!” no qual este texto foi inspirado. Abaixo os principais pontos do vídeo:

 

Como Ser Um “Grande Mestre”:

1.        Mudar de país.

Os mestres fraudulentos nunca deixam de ter sotaque e o alfabeto de seu país de origem é diferente do utilizado no país em que ele está.

Lembram-se do Superman? Em Krypton ele era apenas mais um. Na Terra as suas origens dão à ele poderes de um deus. O efeito pretendido é o mesmo para mestres em artes marciais: ser de fora oferece “poderes especiais”.

Quase sempre os mestres utilizam roupas exóticas que tenham as suas origens em seu país natal e validam a sua arte marcial com uma cultura antiga e que mal existem registros dela.

 

1.   Seleciona pessoas que tenham alguma carência.

Essa carência pode ser de:

·        Instrução (os melhores).

·        Atenção.

·        Status (status rápido).

Os mestres uniformizam esse pequeno grupo com roupas típicas de sua terra natal. Depois eles distribuem status no grupo: quem faz parte dele é especial, pois está aprendendo técnicas milenares (mesmo que elas não sirvam para nada ou nunca sejam postas à prova...).

 

2.   Conta histórias à respeito da sua arte marcial, mas evita que a mesma seja colocada à prova.

O mestre nunca permite que a sua arte marcial seja colocada à prova. Se vai testar alguma técnica, testa a mesma com alunos devotos: e assim obtém êxito! (contém ironia)

 

3.   O mestre fraudulento se associa a um grupo de pensamentos parecidos ao dele ou a uma associação internacional.

Ser associado dá ao mestre maior credibilidade (-“Nós somos federados!”). Se a associação tiver nome internacional, melhor ainda!

Se não conseguir se associar a uma federação internacional ou nacional mesmo, o mestre fraudulento cria uma, afinal apenas alguns pré-requisitos legais devem ser cumpridos e pronto! Importante: ele cria um logo, de preferência com um animal, mesmo que ele não tenha nada à ver com a sua cultura ou arte marcial de origem...

 

4.   Tendo nome e volume, o mestre fraudulento procura autoridades locais.

Ele procura normalmente um vereador ou deputado estadual que precisa de votos. O interessante é que o mestre fraudulento não precisa nem ter um número grande de pessoas em sua associação/escola, mas precisa aparentar ter!

 

5.   Aparece na mídia.

O mestre fraudulento ao aparecer na mídia, dá um grande passo para o seu sucesso. Ele não mostra nada muito direto, é exótico perante às câmeras e apresenta armas também exóticas e complicadas.

Para aparecer na mídia, basta ter bons contatos e na ausência deles, pagar para que isso aconteça. Não conseguiu aparecer na mídia? Não conseguiu aparecer em uma revista? O mestre fraudulento cria a sua própria revista!

 

6.   Traz amigos de sua terra natal para ministrar cursos.

O mestre fraudulento traz “grandes” nomes de sua terra natal para ministrar cursos em sua escola (mesmo que ninguém conheça o tal amigo e nem se tenha registros dele). Ele valida com histórias, técnicas e termos. Ele cobra caro e recebe uma porcentagem.

Ao fazer esse último ponto, o mestre fraudulento cria uma comunidade ao redor dele.

 

7.   Cria uma competição interna.

As competições sempre são entre pessoas que praticam a mesma coisa (ele nunca deixa que outras artes marciais compitam). O mestre fraudulento, se possível distribui prêmios do primeiro ao vigésimo lugar, nem todos podem ganhar: afinal como os alunos dele vão se sentir especiais, isto é, melhores do que os outros? Ele cobra caro pelas competições, tira muitas fotos e expõe tudo nas redes sociais.

 

8.   Elege um aluno como bode expiatório.

Em algum momento, algum aluno mais inteligente que a média vai perceber que o mestre fraudulento é de fato uma fraude! Então o mestre (fraudulento) elege esse aluno como bode expiatório: destrói a reputação do dito aluno, humilha-o perante todos, nega-lhe graduações e depois de um tempo, expulsa-o de sua escola/franquia. O intento de não expulsar logo o questionador é simples: mostrar para os outros alunos o que acontece com quem questiona o mestre.

Quando é questionado ele não responde a pergunta, ele (o mestre fraudulento) mostra que a pergunta não deve existir.

 

9.   Tem amizade com mestres de outras artes marciais...

“...mas a nossa arte marcial é a melhor, a mais tradicional, a mais isso, a mais aquilo...”. O mestre fraudulento sempre se mantém como uma espécie de ponte entre o conhecimento exótico e a ignorância dos alunos.

 

10.      O mestre fraudulento pode vir a montar a sua loja.

Nem todo mestre fraudulento faz isso. Mas alguns montam uma loja para vender roupas com o logo de sua escola, equipamentos de treino (de péssima qualidade), armas, produtos que não possuem nenhum teor com a arte marcial (como baldes e escovas...) e por aí vai. O mestre vende a sua marca, técnica é detalhe...

 

11.     O mestre fraudulento cria graduações difíceis de atingir... no início!

Faz os alunos sangrarem (sem aspas mesmo) para atingirem aquela graduação final (a famosa “faixa preta”). Somente quem se dedica de corpo, alma e bolso atinge a tal graduação, mas claro: com o passar do tempo os requisitos mudam e apenas aqueles que se dedicam de bolso conseguem atingir a dita graduação! Afinal com mais graduados, é possível ampliar a sua base de instrutores e assim obter vantagens em participações da franquia.

 

12.    Quando tem dissidentes, o mestre fraudulento os chama de “traidores!”.

O mestre acusa os que saíram de fazer com os alunos aquilo que ele mesmo faz! Mantém os filiados no cabresto, sempre!

 

13.    O mestre fraudulento sempre faz seminários.

Sempre são feitas mudanças de técnicas e a inclusão de outras. E essas técnicas nunca servem para nada, pois assim não podem ser colocadas à prova. Ele cobra caro pelos seminários e obriga os alunos a participarem, “-Afinal, você é do grupo ou não?!”. Sem seminários uma franquia de artes marciais não existe.

 

14.    Quando um aluno de um mestre fraudulento se dá mal em uma luta...

...ele põe a culpa no aluno afinal: -“O método é infalível!”. Se o aluno vence, o mérito é do professor, o mestre fraudulento sempre trabalha com a seguinte fórmula: o sucesso do aluno é dele e o fracasso é culpa do aluno.

Com o passar do tempo, o mestre fraudulento terá uns seis “pitbulls” que sabem o que está fazendo e uma imensa massa que não consegue fazer nada, mas isso não importa: se alguém desafiar a sua escola, o mestre fraudulento envia o desafiante para o pitbull e nunca para aquele aluno que está há anos treinando e que não consegue se sair muito bem (por culpa dele mesmo, claro...).

 

15.    O mestre fraudulento cria festas temáticas de sua cultura natal.

E essas festas temáticas são normalmente abertas ao grande público.  O evento sempre enaltece o mestre, como se ele fosse o único representante da cultura de sua terra natal. Neste evento ele vende espaço para comércio, apresenta amigos dele como grandes mestres e às vezes enaltece um ou outro aluno, criando uma nova forma de status entre os seus alunos/discípulos.

Usando essas festas temáticas, o mestre fraudulento reforça que apenas ele é a única autoridade sobre o assunto: somente ele é autorizado a falar, ensinar, formar alunos ou seja mais o que for.

 

16.    Se essa fórmula se desgastar, o mestre fraudulento se reinventa...

Ele (o mestre fraudulento) traz algo mais ancestral, algo mais raiz, algo mais. Não importa o que. Ele aproveita toda a estrutura já montada para abrir outro negócio extremamente lucrativo.

 

17.    Se alguém tenta abalar as estruturas de seu negócio, o mestre fraudulento...

... tenta compra-lo. A maioria está à venda, menos os que possuem como valores: a moral, a ética, a honra, a decência e a verdade, esses são caros demais para serem comprados...

 

Autoria: Marco Gimenez.

Organizador: Raphael Galdino da Iniciativa Casa dos Cavaleiros.

 

Como prometido, o vídeo que inspirou este artigo:

 


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Liceu: As Origens Desse Termo

 


 

Olá para todos! Hoje eu pretendo trazer à todos as origens da palavra “liceu”, termo este que é utilizado para designar certas escolas.

 

Origem e Significado

O termo “liceu” deriva do grego “lykaiós” e significa literalmente “destruidor de lobos”. O filósofo macedônio, Aristóteles, após ter finalizado os seus serviços como tutor de Alexandre, o Grande, dirigiu-se para Atenas onde fundou a sua escola filosófica próxima ao templo dedicado ao deus Apolo Lício, sendo o nome “liceu”, derivado de “lício”.

 

A Estrutura

Os autores antigos, afirmavam que o Liceu (de Aristóteles) tinha uma vasta biblioteca, com obras escritas pela própria escola, além de obras de outras escolas filosóficas e livros vindos de diversos cantos do Império de Alexandre (que doava muitos livros, animais e vegetais para o Liceu). Além disso, havia uma área de zoológico, onde animais e vegetais de diversos cantos do mundo ficavam, além de uma área de passeio coberto, um jardim (onde Aristóteles comumente lecionava e andava ao mesmo tempo – sendo por isso apelidado de “peripatético”, que significa “aquele que anda enquanto fala”), uma sala de refeições em comum e (o que autores antigos omitiram) uma arena para lutas (provavelmente pancrácio ou alguma forma antiga de wrestling), coisa que apenas a arqueologia contemporânea descobriu.

Dizem que a estrutura do Liceu, inspirou Demétrio de Faleros, um exilado ateniense vivendo na corte do faraó Ptolemeu I, a criar a famosa Biblioteca de Alexandria (ou Museión).

 

Os Cursos

No Liceu os discípulos se dividiam em dois grupos, os exotéricos (não-iniciados) que era um público mais abrangente e os esotéricos (os iniciados) que eram em número reduzido. Os cursos ministrados na escola também eram divididos dessa forma e abrangiam os públicos já mencionados. É importante salientar que a divisão em iniciados e não-iniciados não era advindo de um elitismo cultural, mas sim do grau de periculosidade que os cursos possuíam. Por exemplo, o curso de retórica era exotérico (aberto para o público em geral) o de filosofia primeira (conhecida hoje em dia como metafísica) era para esotéricos (para alunos avançados).

 

Atualmente

O nome Liceu é utilizado por escolas em diversos locais do mundo e não guardam a mesma estrutura física ou de cursos que a antiga escola de Aristóteles possuía.

 

É importante frisar, que em outros artigos, eu já falei da Academia, a escola de Platão (que por sinal foi o professor de Aristóteles). Clique no link abaixo para saber mais à respeito, eu sou Raphael e vou ficando por aqui!

 

Um Bom Local de Treino! (onde eu falo sobre a Academia de Platão)

 

Abaixo eu deixo um vídeo com o áudio em língua portuguesa falando sobre o Liceu:

 



terça-feira, 18 de maio de 2021

Uma Breve História dos Livros

 


 

Olá! Seja bem-vindo a Casa dos Cavaleiros, um blog à respeito de HEMA (Historical European Martial Arts) mas que hoje falará sobre a história dos livros, afinal o HEMA só é possível de ser lido e praticado por conta dos livros que sobreviveram com o passar dos séculos.

 

Origens

Os livros mais antigos de todos eram os manuscritos, termo que literalmente significa “escrito à mão”, deixando claro como eram feitas as cópias do que ali se encontravam. Originalmente os manuscritos eram feitos de papiro (uma planta encontrada no Egito), porém no antigo Reino de Pérgamo foi desenvolvido um novo tipo de material que era feito a partir de couro de bode/cabra. A novidade ficou conhecida como pergaminho (nome derivado de Pérgamo) e durou bastante tempo, sendo substituído pelo papel apenas em meados do século XV d.C. Uma curiosidade: o mais antigo texto de artes marciais ocidentais (o “MS P.Oxy.III.466”) é feito de papiro.


Manuscrito MS P.Oxy.III.466


Todos os manuais de HEMA da Idade Média eram manuscritos: foram todos feitos à mão.


 

A Imprensa e o Papel

O problema com o papiro era que com o tempo ele ia se desfazendo, afinal ele era feito de fibras que eram entrelaçadas. E o problema com o pergaminho era o material do qual ele era feito: para se fazer uma Bíblia Sagrada eram necessários pelo menos o couro de 6 mil cabras! Além disso a forma manuscrita de se fazer livros era demorada de se fazer: uma Bíblia Sagrada feita por um bom monge copista, demorava em média um ano e meio para ser feita, sendo o normal o período de dez anos!


Monges copistas.


Com a invenção da imprensa por Guttenberg, a cópia dos livros ficou mais fácil, porém o problema do material a ser usado continuou. Foi assim que os donos de editoras se voltaram para a celulose, isto é, o papel. Com a adoção da prensa e do papel ficou mais fácil escrever, copiar e vender livros. Mais uma curiosidade: os primeiros livros impressos eram chamados de incunábula (que significa “de berço”).

 

Epílogo

Bom, era somente isso o que eu tinha para compartilhar com os senhores! Fiquem com Deus e até a próxima!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Algumas Armas de Hastes

 


 

Originalmente publicado no site Portal do Historiador.

 

Olá! Hoje veremos essa compilação de artigos que eu fiz: este texto está maior do que aqueles que eu normalmente faço, porém ele é completo.

 

As armas de haste são armas longas e feitas de madeira com uma ponta metálica em uma de suas extremidades.

                      

A Lança

Esta arma possui entre 1 metro e dois metros (no máximo). Não existe uma métrica certa que defina onde começa e onde termina uma lança curta ou uma lança longa, os autores divergem quanto a isso, mas sabe-se que a lança por ser uma arma eficiente, simples de ser operada e fácil de ser fabricada (além de barata pois leva pouco metal) ela era comumente vista nas mãos de soldados por toda a Europa, seja na Era Antiga ou na Era Medieval. Existem vários tipos de lança com os mais variados usos, porém a simplicidade em seu uso é denominador comum em todas elas. Se uma lança possuir mais de 2 metros de extensão, não se trata mais de uma lança, mas sim de um pique.

 

Pique

O pique (“pike” em inglês) é uma longa arma com pelo menos 2 metros de extensão, podendo ter mais de 5 metros! É basicamente uma “lança longa” e era utilizada principalmente pelos famosos mercenários suíços em suas batalhas campais contra outras infantarias ou contra cavalaria. O uso do pique ostensivamente por forças de infantaria, principalmente a partir de 1500 auxiliou a cavalaria a perder parte de sua importância militar.

Piqueiros x Cavaleiros.


 

Partazana

Essa arma também pode ser conhecida como “partisan”, passou a ser popular entre infantarias europeias a partir do século XVI d.C. O termo partazana deriva do francês “partisan” que literalmente significa “partido”. Sendo assim, partazana seria uma maneira de se referir a lanças com ganchos nas laterais (lanças partidas) que foram muito populares entre infantarias, sobretudo as do Leste Europeu, que as utilizavam para barrar ataques de cavalaria. Possuíam entre 1,80 metro e 2,50 metros de extensão. Neste outro artigo eu falei exclusivamente sobre ela, vá lá e dê uma olhada.

Dois tipos de partazanas.


 

Acha

A acha é uma arma de madeira e metal que servia para golpes contundentes e perfurantes, dependendo da maneira como se a utiliza!

A acha é conhecida como “polaxe” ou “war of hammer” em fontes gringas, porém isso em inglês. Em francês o nome da arma é “hache” e em italiano medieval é “azza”: o termo em português “acha” deriva destas duas últimas palavras!

O auge da acha foi no século XV d.C, quando se tornou a arma favorita dos duques de Borgonha, que na época eram os mais ricos da Europa (e rivais dos reis da França pelo controle do país). Por falar nisso, é de meados do ano 1400 a obra “Le Jeu de la Hache”, o manual que melhor descreve as técnicas de uso da acha e que foi escrito por um mestre milanês anônimo á mando do duque da Borgonha Filipe, o Ousado.

A acha era utilizada para esmagar inimigos que estivessem armados da cabeça aos pés (isto é, vestindo armadura e protegidos inteiramente!). Também tem um artigo exclusivo aqui no blog sobre a acha, basta clicar aqui para acessá-lo e lê-lo!

Uma acha.


 

Bill

O “bill” ou “bill hook” é uma arma de haste pouco conhecida no Brasil, mas muito famosa sobretudo na Inglaterra, que em épocas passadas mantinham homens especificamente treinados no uso dessa arma, os chamados “billman”, que usavam essa arma para confrontar (principalmente) cavaleiros.

Um bill tem as suas origens em um instrumento agrícola próprio para se fazer a poda de frutas e exemplares entre os 1,50 metro e os 2,75 metros eram utilizados principalmente entre ingleses e italianos. Normalmente a arma era utilizada com o seu gancho batendo no alvo (um cavaleiro) e a ponta era utilizada para controlar um inimigo e em certas situações, estoca-lo, porém os bills italianos tinham uma ponta maior o que possibilitava aos seus usuários utilizarem mais os golpes de estocada do que entre outros povos.

Um bill.


 

 

Bardiche

Essa arma era muito cruel pois combinava o melhor da lança com um machado. Muito utilizada na Idade Média e na Renascença, sobretudo na Europa Central e Rússia, o bardiche em sua lâmina (a parte metálica) tinha cerca de 60 cm de comprimento, tendo ao todo 1,50 metro. Era considerado um machado pesado mais do que uma arma de haste segundo alguns autores.

Um bardiche.


 

 

Alabarda (Halberd)

A alabarda europeia aparentemente tem a sua origem na Germânia (Alemanha atual) de onde o seu nome deriva das palavras haim (vara/cajado) e barte (machado). A arma combina o melhor de ambos e foi largamente utilizada por infantarias a partir dos anos 1300, com destaque para as famosas companhias mercenárias de suíços, que se valiam das mesmas em combate. A Guarda Suíça do Vaticano ainda utiliza essa arma em serviço, embora a mesma seja mais relegada a um uso cerimonial. Tinham entre 1,50 metro e 1,80 metro de comprimento e podiam ser utilizadas tanto para bater em um cavaleiro derrubando-o, quanto podia ser utilizada em golpes de estocadas.

 

Alabardas.


 A Guarda Suíça do Vaticano com Alabardas.

 

 

Essas foram as principais armas de hastes que foram exibidas neste artigo! Fiquem com Deus e até a próxima!

 

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A Arte da Guerra (de Sun Tzu) x A Arte da Guerra (de Maquiavel)

 


 

Olá! Neste texto veremos as principais diferenças entre os dois livros chamados de “A Arte da Guerra” e que possuem autores diferentes.

 

 

Comparação

Eu li recentemente ambos os livros e as principais diferenças são:

1.   O livro de Sun Tzu é voltado para a formação de um general, enquanto que o livro de Maquiavel é voltado para a formação de um exército institucional (e de caráter nacional).

2.   As instruções que Sun Tzu dá funcionam como “regra geral” enquanto que no livro de Maquiavel, o personagem Fabrizio Colonna oferece “regras detalhadas” à respeito de diversos assuntos.

3.   A obra de Sun Tzu foca bastante nos cálculos e na preparação do general antes das batalhas e a obra de Maquiavel foca nas formações e na preparação da tropa.

 

Essas são as principais diferenças entre uma obra e a outra. Ambas são muito boas e oferecem aos leitores dicas valiosas quanto à arte da guerra! Existem uma série de pequenas diferenças existentes entre ambas as obras, porém eu me limito a descrever as principais, deixando para os leitores esses pormenores!

 

Fiquem com Deus e até a próxima!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Meditação: Por que Fazer?

 


 

A meditação que eu defendo não é aquela em que a pessoa fica sentada e com as pernas cruzadas. Na verdade eu me refiro a tirar um tempo para que se possa ficar sozinho e poder se analisar internamente.

De maneira ignorante, fomos forçados a imaginar que a meditação só pode ser feita sentada: ledo engano! A posição zazen teria sido ensinada pelo lendário Bodidharma, porém a meditação que ele supostamente ensinou aos monges de Shaolin não é a única maneira de se meditar.

 

 

Método

·        Primeiramente: nada de ficar sentado e com as pernas cruzadas! Você deve ficar em uma posição confortável e que te permita raciocinar com calma.

·        Segundo: após encontrar a sua posição ideal, você deverá ordenar o seu pensamento; se você tem pensamentos acelerados, você deverá acalmá-los e coloca-los em ordem. Uma coisa: não esvazie a sua mente, isso é besteira, a mente precisa estar bem-ordenada e não vazia.

·        Terceiro: após seguir os passos anteriores, comece a olhar para dentro de você: observe os seus medos, a sua vaidade, as suas dores internas e também as suas virtudes! Olhar para dentro de si é algo que a primeira vista é ruim, pois você está se conhecendo, porém você crescerá bastante como indivíduo e com o tempo se acostumará em ser confrontado.

 

 

Conclusão

Termino dizendo que meditação não é “coisa de oriental”, mas sim coisa de uma pessoa que deseja se auto aprimorar!

 

Fiquem com Deus e até a próxima!

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Dica Rápida: Como Saber Usar Uma Arma Branca?

 


 

Olá! Hoje eu darei uma rápida dica sobre como descobrir como utilizar uma arma branca sem que se precise de instruções.

 

 

Formato

Observe uma arma branca e veja o formato dela: um facão (machete) é longo e possui a ponta rombuda. Isso significa que é uma arma boa para corte e péssima para estocada!

Uma espada longa é uma arma boa tanto para corte quanto estocada devido ao seu tamanho e pelo fato de ter uma boa ponta.

Um gládio possui uma ponta bem destacada e isso significa que... exatamente: possui um alto poder de estocada e deve ser utilizada assim!

 

Lembre-se: observe o formato da arma e assim você descobrirá como se utiliza a mesma!

 

 

Conclusão

Se você compreendeu o que eu quero dizer então você pegou a maneira de descobrir como funciona uma arma branca!

 

Fiquem com Deus e até a próxima!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Pode Um Cristão Ser Um Guerreiro?

 


 

Olá! Eu recebo quase que diariamente visitas de diversos locais do mundo neste blog. Nunca me perguntaram sobre cristãos armados, porém eu resolvi me antecipar a essa questão e escrever sobre isso.

 

 

Introdução

De forma direta eu respondo a pergunta do título deste artigo: pode e deve! Mas antes de me acusar sobre ser um cara violento, eu digo que você deveria ler todo o meu texto para então tomar a decisão de refutá-lo ou não.

 

 

Cristãos Armados?

"Então Jesus lhes perguntou: ‘Quando eu os enviei sem bolsa, saco de viagem ou sandálias, faltou-lhes alguma coisa?’ ‘Nada’, responderam eles.

Ele lhes disse: ‘Mas agora, se vocês têm bolsa, levem-na, e também o saco de viagem; e se não têm espada, vendam a sua capa e comprem uma.

Está escrito: ‘E ele foi contado com os transgressores’; e eu lhes digo que isto precisa cumprir-se em mim. Sim, o que está escrito a meu respeito está para se cumprir’.

Os discípulos disseram: ‘Vê, Senhor, aqui estão duas espadas’. ‘É o suficiente!’, respondeu ele." - Lucas 22:35-38 NVI

 

A Bíblia Sagrada é o manual de Fé do cristão: nada, nenhum ensino pode ser maior do que ela. Nenhuma profecia pode anular o que nela está escrita. Nenhum líder/chefe religioso pode acrescentar ou retirar algo dela, sob pena de ser amaldiçoado (Apocalipse 22.18-19)!

 

A Bíblia Sagrada nos dá essa ordem e que partiu da boca do próprio Jesus em pessoa! Em muitas bíblias está escrito no verso 38 do capítulo 22 de Lucas: “basta”, porém na NVI o termo já vem corrigido para “é o suficiente” que é a tradução mais correta. Isso já encerraria a pergunta-título deste texto, porém é necessário formular um corpo bíblico de moral que envolva a auto-defesa do cristão. Vamos a esse corpo?

 

 

Auto-Defesa

Em Êxodo 22.2-3 está escrito:

Se o ladrão que for pego arrombando for ferido e morrer, quem o feriu não será culpado de homicídio, mas se isso acontecer depois do nascer do sol, será culpado de homicídio. Um ladrão terá que restituir o que roubou, mas se não tiver nada, será vendido para pagar o roubo.

 

Vemos aqui que desde o Antigo Testamento, Deus dava ao Seu Povo o Direito de Defender a sua propriedade privada! Se o assalto fosse de noite, o hebreu poderia matar o assaltante que diante de Deus não haveria a culpa do sangue!

 

Isso teoricamente vai contra o que está escrito em Mateus 5.10-12:

 

‘Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.’

‘Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.

Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês’.

 

Porém lendo o texto de maneira mais atenta, vemos que os termos, “insultarem” e “calúnia” são utilizados na parte central do texto. Ou seja: agressões verbais! Em outras palavras: se formos agredidos verbalmente, devemos nos regozijar! Note que em momento algum o texto fala de agressão física. Ou seja: você não pode agredir uma pessoa que te insultou por causa da Fé! Você deve suportar e até ficar feliz por isso! Porém subentende-se em Lucas 22.36 que devemos cuidar de nossa defesa pessoal quando somos ameaçados fisicamente.

Baseado na Bíblia Sagrada, devemos nos abster de responder ofensas verbais e somente responder a violências físicas quando elas se processarem.

 

Além disso, a Bíblia estimula homens a serem os defensores de sua casa:

 

Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela– Efésios 5.25

 

Devemos dar a nossa vida por nossas esposas como oferta agradável ao Senhor! E se estivermos armados, melhor ainda!

 

Além disso, o próprio Jesus admite que um homem forte é difícil de ser roubado:

 

De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali os seus bens, sem que antes o amarre. Só então poderá roubar a casa dele.– Marcos 3.27

 

Jesus morreu como Cordeiro, ressuscitou como Leão e voltará como Adonai Tsavaoth, isto é, o Senhor dos Exércitos! (Apocalipse 19.11-21)

 

O teu Deus é guerreiro, cristão, portanto seja você também um guerreiro!

 

Independente de onde você estiver, poderá se quiser traduzir e publicar onde desejar este texto, desde que seja citada a fonte. Fiquem com Deus e até a próxima!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Desarmamento: Um Mau Pela História!

 


 

Olá! Neste artigo nós iremos discorrer sobre o desarmamento civil (da população) em quatro países diferentes ao longo da história: Reino Visigodo, Reino da Coréia, Império Ryu Kyu e Japão. Vamos lá?

 

 

Primeiro no Ocidente...

No Ocidente nós nos deparamos com o caso visigótico: após se apossarem da Península Ibérica (entre 411 e 500) os visigodos criaram leis e tribunais para si (e frequentavam igrejas arianas) enquanto que as populações de origem romana viviam debaixo de outro código de leis e frequentavam as igrejas de credo niceno.

Sempre houve esse “apartheid” na Península Ibérica durante o reinado visigodo. Porém essa política discriminatória chegou ao seu ápice no reinado de Quindasvito (reinou entre 642 à 649) quando o rei ordenou que as populações de origem romana fossem desarmadas e proibidas de formarem milícias. Os sucessores de Quindasvito mantiveram essa lei o que deixou o país à mercê dos muçulmanos que o invadiram em 711: o exército visigótico estava no norte esmagando uma revolta de bascos, quando Tariq ibn-Zayed desembarcou na Bética; não havia como formar um exército para combater os invasores o que só piorou após o exército real visigodo ter sido derrotado em Guadalete.

Em poucos anos a Península quase inteira foi conquistada pelos muçulmanos, o que se explica por conta do desarmamento da população. Pelágio só resistiu com seus partidários nas Astúrias porque eram visigodos (tinham acesso à armas).

Desarmar a população fortalece governos internamente, porém deixa o país frágil para invasões externas, como vimos no exemplo atual e veremos nos seguintes...

 

 

Agora Para a Outra Península!

Na Península da Coréia existia o Reino de Choson. Os aristocratas que governavam Choson desestimulavam a prática das artes marciais para evitar que movimentos militares organizados os destituíssem do Poder. A única arte marcial que se permitia a prática era o arco e flecha. O país ficou assim pronto para ser invadido pelo shogun Hideyoshi (em 1591), que o arrasou e só não o conquistou por causa da intervenção da Casa dos Ming, que enviaram forte ajuda militar, além da frota do próprio Choson, que se modernizou rapidamente e assim pode enfrentar as forças navais do Japão em pé de igualdade no mar. Novamente vemos que desarmar a população é algo que é bom para governar internamente um país, porém deixa-o à mercê de invasões estrangeiras...

 

 

Em Ryu Kyu

Para quem não sabe, foi no arquipélago Ryu Kyu que supostamente teria surgido o todê, arte marcial que daria origem ao karatê. Quem estuda o karatê sabe que isso ocorreu (o surgimento do todê) exatamente porque o rei Sho Hashi, senhor de Ryu Kyu, optou por desarmar a população do arquipélago o que os deixou indefesos perante a invasão promovida pelo Clã Satsuma em 1609. O Império Ryu Kyu teve pesadas baixas nos poucos combates contra os satsumas e foram obrigados a pagarem tributos para o shogun.

 

 

Japão

O shogun Hideyoshi, o mesmo que invadiu e devastou a Coréia, proibiu a população japonesa de se armar, também criou a casta dos samurais: quem nascia em uma família de samurais teria acesso garantido a armas, educação e privilégios. A intenção de Hideyoshi era evitar que surgisse um camponês (como ele) e o desafiasse. Assim desde aqueles tempos (século XVI) o Japão é um país com a população desarmada e assim se segue até aos dias atuais, o que os tem deixado indefesos perante a República Popular da China...

 

 

Conclusão

Vemos que desarmar a população é um ato que favorece o governo de um país, porém o deixa totalmente indefeso perante invasões estrangeiras. Em 2003 foi sancionado no Brasil o Estatuto do Desarmamento e em 2012 foi sancionada uma lei que proíbe as pessoas de fazerem milícias. O cenário está preparado para sermos invadidos e dominados por potências estrangeiras: tudo isso é culpa dos governos Lula e Dilma! Como defenderemos a Amazônia da sanha internacional?