Olá! Este é o segundo artigo da série que eu estou fazendo sobre a Legião Romana. Neste artigo veremos como era a Legião antes das reformas Marianas (reformas estas efetuadas pelo cônsul e general romano Caio Mário, tio-avô do famoso Caio Júlio César) que ocorreram por volta do ano 100 a.C. Sobre elas eu falarei no próximo artigo da série.
Origens
A Legião Romana surgiu junto com a cidade de Roma, ou seja: não possui uma data certa de fundação. O que é certo sobre ela é que a região do Lácio, onde se encontrava Roma era influenciada pelos Etruscos e como tal era uma terra com inclinação à cultura helênica (ou Grega Clássica). Sendo assim, a Legião Romana possuía equipamentos e táticas inspiradas pelas falanges e hoplitas helênicos, com a kopis como espada além de escudos redondos e armaduras feitas de camadas sucessivas de linho (linothorax). Nesses tempos, o equipamento era pago não pelo dinheiro de impostos, mas sim pelos próprios cidadãos romanos que eram convocados pelo Estado para defenderem as suas terras, bem como os limites da cidade das incursões de exércitos vizinhos.
Antes das Reformas Marianas, os legionários romanos eram convocados entre os proprietários de terra: era necessário ser fazendeiro para ter o direito/dever de pegar em armas pela Pátria.
Transformações
Apesar de se inspirar nas falanges e hoplitas helênicos para guerrearem, por causa do terreno irregular da Península Itálica, a tendência das falanges romanas foi a de se adequarem em formações que passaram a história como “manipulus”, cuja tradução é: “mão cheia de soldados”. As falanges romanas passaram a combater em blocos com até cem homens em campo de batalha sendo que os manipulus podiam ter menos homens em sua composição, desde que eles fossem dezenas e estivessem juntos.
Além disso, os manipulus eram dispostos em três grandes grupos: os Hastati, os Princeps e os Triarii.
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Hastati:
eram a vanguarda da Legião. Eram formados por soldados novatos que não tinham
experiência em batalhas ou possuía pouca.
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Princeps: quando
os Hastati estavam em apuros, os princeps entravam em ação e apoiavam os
novatos. Os princeps eram soldados mais experientes.
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Triarii:
eram a retaguarda da Legião. Os soldados mais velhos e experientes eram
colocados aqui. Quando entravam em batalha significava que havia o risco real
de derrota por parte da Legião.
Um legionário romano no século V a.C.
Um legionário pós-Guerra Samnita.
Durante a Segunda Guerra Púnica (218 a.C-201 a.C), enquanto invadiam a Península Ibérica em retaliação á Aníbal Barca, os romanos adotaram o gládio espanhol (gladius hispaniensis) e substituíram assim a kopis helênica pela espada que se tornaria assim o ícone da Legião! O pilo (ou pilum, lança de arremesso) também foi adotado nesse tempo: tanto o gládio quanto o pilo foram copiados de soldados celtas que estavam na Península Ibérica.
Legionários durante e após a Segunda Guerra Púnica.
Além disso, a Segunda Guerra Púnica foi um divisor de águas não apenas para a Legião Romana, mas também para a arte da guerra dos romanos, pois muitas das táticas empregadas por Aníbal Barca foram copiadas por Roma e incorporadas na Legião! Essa “nova Legião” era forte e organizada o suficiente (além de bem conduzida) para invadir o Mediterrâneo Oriental e impor derrotas significativas aos Estados Diádocos (Estados Sucessores de Alexandre) como nas batalhas de Cinoscéfalos (198 a.C), Magnésias (190 a.C), Pidna (168 a.C) e Corinto (146 a.C), além do Cerco á Cartago (149 a.C-146 a.C).
Novas Mudanças?
Se a Legião Romana era tão formidável assim, por que Caio Mário precisaria reforma-la? Bem, essa configuração era boa para enfrentar os helênicos, os púnicos e os celtas hispânicos, porém era deficitária para lidar com uma nova ameaça: os germânicos. Mas sobre isso eu falarei em um novo artigo, cujo link estará abaixo assim que for publicado...
Fiquem com Deus e até a próxima!
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