Blog da plataforma de mídias Casa dos Cavaleiros, que trata de HEMA (Historical European Martial Arts - Artes Marciais Históricas Européias) e assuntos correlatos.
Eu testei uma faca de churrasco da Brinox de seis polegadas
(cerca de 15 cm). E agora dou as minhas impressões dos meus testes com a mesma.
Lembrando que os testes de corte e estocada estão no
YouTube (no final deste artigo).
A
Ponta
Após comprar a faca, a minha mãe a pegou para cortar alimentos e quando eu a peguei para fazer os testes, tive uma infeliz
surpresa: a ponta da faca estava levemente inclinada para um dos lados, o que
mostra que na hora da têmpera, ocorreu algum problema...
O
Teste Em Si
Inicialmente os primeiros golpes foram feitos com uma
pegada que eu chamo de “Pegada Filipina”, porém depois destes primeiros golpes,
eu mudei para uma pegada que eu chamo de “Normal”. A partir de então todos os
testes foram feitos com esta última pegada.
1-Pegada Filipina. 2-Pegada Normal.
Pessoalmente eu achei gostoso manobrar com essa faca, o
cabo é anatômico e pela sua composição, faz com que a mão não escorregue.
Conclusão
Os golpes e movimentos fluíam normalmente e eu me senti
seguro em utilizar a faca para a minha defesa pessoal. Claro: entre uma faca
tática e ela, eu prefiro claro, uma faca tática, mas para quem não tem dinheiro
e nem condições físicas de obter uma boa faca, ela resolve...
Olá pessoal! Depois de algum tempo sem uma postagem eu
estou de volta! Hoje eu vou compartilhar com vocês um texto que foi inspirado
em um vídeo de Marco Gimenez, do canal no YouTube Núcleo Dharma. No final deste
artigo estará o vídeo para o caso de vocês desejarem assistir: ele está em
português do Brasil.
Introdução
Marco Gimenez treinou judô e kung fu por anos de sua
vida, chegando à faixa roxa dentro do judô e ao grau de mestre no kung fu. Dentro
do kung fu ele teve experiências desagradáveis e baseado nelas, montou um vídeo
cujo título é “Guia para se tornar um
GRANDE Mestre!” no qual este texto foi inspirado. Abaixo os principais
pontos do vídeo:
Como
Ser Um “Grande Mestre”:
1.Mudar de país.
Os mestres fraudulentos nunca deixam de ter sotaque e o
alfabeto de seu país de origem é diferente do utilizado no país em que ele
está.
Lembram-se do Superman? Em Krypton ele era apenas mais
um. Na Terra as suas origens dão à ele poderes de um deus. O efeito pretendido
é o mesmo para mestres em artes marciais: ser de fora oferece “poderes
especiais”.
Quase sempre os mestres utilizam roupas exóticas que
tenham as suas origens em seu país natal e validam a sua arte marcial com uma
cultura antiga e que mal existem registros dela.
1.Seleciona
pessoas que tenham alguma carência.
Essa carência pode ser de:
·Instrução (os melhores).
·Atenção.
·Status (status rápido).
Os mestres uniformizam esse pequeno grupo com roupas
típicas de sua terra natal. Depois eles distribuem status no grupo: quem faz
parte dele é especial, pois está aprendendo técnicas milenares (mesmo que elas
não sirvam para nada ou nunca sejam postas à prova...).
2.Conta
histórias à respeito da sua arte marcial, mas evita que a mesma seja colocada à
prova.
O mestre nunca permite que a sua arte marcial seja
colocada à prova. Se vai testar alguma técnica, testa a mesma com alunos
devotos: e assim obtém êxito! (contém ironia)
3.O
mestre fraudulento se associa a um grupo de pensamentos parecidos ao dele ou a
uma associação internacional.
Ser associado dá ao mestre maior credibilidade (-“Nós
somos federados!”). Se a associação tiver nome internacional, melhor ainda!
Se não conseguir se associar a uma federação
internacional ou nacional mesmo, o mestre fraudulento cria uma, afinal apenas
alguns pré-requisitos legais devem ser cumpridos e pronto! Importante: ele cria
um logo, de preferência com um animal, mesmo que ele não tenha nada à ver com a
sua cultura ou arte marcial de origem...
4.Tendo
nome e volume, o mestre fraudulento procura autoridades locais.
Ele procura normalmente um vereador ou deputado estadual
que precisa de votos. O interessante é que o mestre fraudulento não precisa nem
ter um número grande de pessoas em sua associação/escola, mas precisa aparentar
ter!
5.Aparece
na mídia.
O mestre fraudulento ao aparecer na mídia, dá um grande
passo para o seu sucesso. Ele não mostra nada muito direto, é exótico perante
às câmeras e apresenta armas também exóticas e complicadas.
Para aparecer na mídia, basta ter bons contatos e na
ausência deles, pagar para que isso aconteça. Não conseguiu aparecer na mídia?
Não conseguiu aparecer em uma revista? O mestre fraudulento cria a sua própria
revista!
6.Traz
amigos de sua terra natal para ministrar cursos.
O mestre fraudulento traz “grandes” nomes de sua terra
natal para ministrar cursos em sua escola (mesmo que ninguém conheça o tal
amigo e nem se tenha registros dele). Ele valida com histórias, técnicas e
termos. Ele cobra caro e recebe uma porcentagem.
Ao fazer esse último ponto, o mestre fraudulento cria uma
comunidade ao redor dele.
7.Cria
uma competição interna.
As competições sempre são entre pessoas que praticam a
mesma coisa (ele nunca deixa que outras artes marciais compitam). O mestre
fraudulento, se possível distribui prêmios do primeiro ao vigésimo lugar, nem
todos podem ganhar: afinal como os alunos dele vão se sentir especiais, isto é,
melhores do que os outros? Ele cobra caro pelas competições, tira muitas fotos
e expõe tudo nas redes sociais.
8.Elege
um aluno como bode expiatório.
Em algum momento, algum aluno mais inteligente que a
média vai perceber que o mestre fraudulento é de fato uma fraude! Então o
mestre (fraudulento) elege esse aluno como bode expiatório: destrói a reputação
do dito aluno, humilha-o perante todos, nega-lhe graduações e depois de um
tempo, expulsa-o de sua escola/franquia. O intento de não expulsar logo o
questionador é simples: mostrar para os outros alunos o que acontece com quem
questiona o mestre.
Quando é questionado ele não responde a pergunta, ele (o
mestre fraudulento) mostra que a pergunta não deve existir.
9.Tem
amizade com mestres de outras artes marciais...
“...mas a nossa arte marcial é a melhor, a mais
tradicional, a mais isso, a mais aquilo...”. O mestre fraudulento sempre se
mantém como uma espécie de ponte entre o conhecimento exótico e a ignorância
dos alunos.
10.O
mestre fraudulento pode vir a montar a sua loja.
Nem todo mestre fraudulento faz isso. Mas alguns montam
uma loja para vender roupas com o logo de sua escola, equipamentos de treino
(de péssima qualidade), armas, produtos que não possuem nenhum teor com a arte
marcial (como baldes e escovas...) e por aí vai. O mestre vende a sua marca,
técnica é detalhe...
11.O
mestre fraudulento cria graduações difíceis de atingir... no início!
Faz os alunos sangrarem (sem aspas mesmo) para atingirem
aquela graduação final (a famosa “faixa preta”). Somente quem se dedica de
corpo, alma e bolso atinge a tal graduação, mas claro: com o passar do tempo os
requisitos mudam e apenas aqueles que se dedicam de bolso conseguem atingir a
dita graduação! Afinal com mais graduados, é possível ampliar a sua base de
instrutores e assim obter vantagens em participações da franquia.
12.Quando
tem dissidentes, o mestre fraudulento os chama de “traidores!”.
O mestre acusa os que saíram de fazer com os alunos
aquilo que ele mesmo faz! Mantém os filiados no cabresto, sempre!
13.O
mestre fraudulento sempre faz seminários.
Sempre são feitas mudanças de técnicas e a inclusão de
outras. E essas técnicas nunca servem para nada, pois assim não podem ser
colocadas à prova. Ele cobra caro pelos seminários e obriga os alunos a
participarem, “-Afinal, você é do grupo ou não?!”. Sem seminários uma franquia
de artes marciais não existe.
14.Quando
um aluno de um mestre fraudulento se dá mal em uma luta...
...ele põe a culpa no aluno afinal: -“O método é
infalível!”. Se o aluno vence, o mérito é do professor, o mestre fraudulento
sempre trabalha com a seguinte fórmula: o sucesso do aluno é dele e o fracasso
é culpa do aluno.
Com o passar do tempo, o mestre fraudulento terá uns seis
“pitbulls” que sabem o que está fazendo e uma imensa massa que não consegue
fazer nada, mas isso não importa: se alguém desafiar a sua escola, o mestre
fraudulento envia o desafiante para o pitbull e nunca para aquele aluno que
está há anos treinando e que não consegue se sair muito bem (por culpa dele
mesmo, claro...).
15.O
mestre fraudulento cria festas temáticas de sua cultura natal.
E essas festas temáticas são normalmente abertas ao
grande público. O evento sempre enaltece
o mestre, como se ele fosse o único representante da cultura de sua terra
natal. Neste evento ele vende espaço para comércio, apresenta amigos dele como
grandes mestres e às vezes enaltece um ou outro aluno, criando uma nova forma
de status entre os seus alunos/discípulos.
Usando essas festas temáticas, o mestre fraudulento
reforça que apenas ele é a única autoridade sobre o assunto: somente ele é autorizado
a falar, ensinar, formar alunos ou seja mais o que for.
16.Se
essa fórmula se desgastar, o mestre fraudulento se reinventa...
Ele (o mestre fraudulento) traz algo mais ancestral, algo
mais raiz, algo mais. Não importa o que. Ele aproveita toda a estrutura já
montada para abrir outro negócio extremamente lucrativo.
17.Se
alguém tenta abalar as estruturas de seu negócio, o mestre fraudulento...
... tenta compra-lo. A maioria está à venda, menos os que
possuem como valores: a moral, a ética, a honra, a decência e a verdade, esses
são caros demais para serem comprados...
Autoria:
Marco Gimenez.
Organizador:
Raphael Galdino da Iniciativa Casa dos Cavaleiros.
Olá para todos! Hoje eu pretendo trazer à todos as
origens da palavra “liceu”, termo este que é utilizado para designar certas
escolas.
Origem
e Significado
O termo “liceu” deriva do grego “lykaiós” e significa literalmente “destruidor de lobos”. O filósofo
macedônio, Aristóteles, após ter finalizado os seus serviços como tutor de
Alexandre, o Grande, dirigiu-se para Atenas onde fundou a sua escola filosófica
próxima ao templo dedicado ao deus Apolo Lício, sendo o nome “liceu”, derivado
de “lício”.
A
Estrutura
Os autores antigos, afirmavam que o Liceu (de
Aristóteles) tinha uma vasta biblioteca, com obras escritas pela própria
escola, além de obras de outras escolas filosóficas e livros vindos de diversos
cantos do Império de Alexandre (que doava muitos livros, animais e vegetais
para o Liceu). Além disso, havia uma área de zoológico, onde animais e vegetais
de diversos cantos do mundo ficavam, além de uma área de passeio coberto, um
jardim (onde Aristóteles comumente lecionava e andava ao mesmo tempo – sendo por
isso apelidado de “peripatético”, que significa “aquele que anda enquanto fala”),
uma sala de refeições em comum e (o que autores antigos omitiram) uma arena
para lutas (provavelmente pancrácio ou alguma forma antiga de wrestling), coisa
que apenas a arqueologia contemporânea descobriu.
Dizem que a estrutura do Liceu, inspirou Demétrio de
Faleros, um exilado ateniense vivendo na corte do faraó Ptolemeu I, a criar a
famosa Biblioteca de Alexandria (ou Museión).
Os
Cursos
No Liceu os discípulos se dividiam em dois grupos, os
exotéricos (não-iniciados) que era um público mais abrangente e os esotéricos
(os iniciados) que eram em número reduzido. Os cursos ministrados na escola
também eram divididos dessa forma e abrangiam os públicos já mencionados. É
importante salientar que a divisão em iniciados e não-iniciados não era advindo
de um elitismo cultural, mas sim do grau de periculosidade que os cursos possuíam.
Por exemplo, o curso de retórica era exotérico (aberto para o público em geral)
o de filosofia primeira (conhecida hoje em dia como metafísica) era para
esotéricos (para alunos avançados).
Atualmente
O nome Liceu é utilizado por escolas em diversos locais
do mundo e não guardam a mesma estrutura física ou de cursos que a antiga
escola de Aristóteles possuía.
É importante frisar, que em outros artigos, eu já falei
da Academia, a escola de Platão (que por sinal foi o professor de Aristóteles).
Clique no link abaixo para saber mais à respeito, eu sou Raphael e vou ficando
por aqui!
Olá! Seja bem-vindo a Casa dos Cavaleiros, um blog à
respeito de HEMA (Historical European Martial Arts) mas que hoje falará sobre a
história dos livros, afinal o HEMA só é possível de ser lido e praticado por
conta dos livros que sobreviveram com o passar dos séculos.
Origens
Os livros mais antigos de todos eram os manuscritos,
termo que literalmente significa “escrito à mão”, deixando claro como eram
feitas as cópias do que ali se encontravam. Originalmente os manuscritos eram
feitos de papiro (uma planta encontrada no Egito), porém no antigo Reino de
Pérgamo foi desenvolvido um novo tipo de material que era feito a partir de
couro de bode/cabra. A novidade ficou conhecida como pergaminho (nome derivado
de Pérgamo) e durou bastante tempo, sendo substituído pelo papel apenas em
meados do século XV d.C. Uma curiosidade: o mais antigo texto de artes marciais
ocidentais (o “MS P.Oxy.III.466”) é
feito de papiro.
Manuscrito MS P.Oxy.III.466
Todos os manuais de HEMA da Idade Média eram manuscritos:
foram todos feitos à mão.
A
Imprensa e o Papel
O problema com o papiro era que com o tempo ele ia se
desfazendo, afinal ele era feito de fibras que eram entrelaçadas. E o problema
com o pergaminho era o material do qual ele era feito: para se fazer uma Bíblia
Sagrada eram necessários pelo menos o couro de 6 mil cabras! Além disso a forma
manuscrita de se fazer livros era demorada de se fazer: uma Bíblia Sagrada
feita por um bom monge copista, demorava em média um ano e meio para ser feita,
sendo o normal o período de dez anos!
Monges copistas.
Com a invenção da imprensa por Guttenberg, a cópia dos
livros ficou mais fácil, porém o problema do material a ser usado continuou.
Foi assim que os donos de editoras se voltaram para a celulose, isto é, o papel.
Com a adoção da prensa e do papel ficou mais fácil escrever, copiar e vender
livros. Mais uma curiosidade: os primeiros livros impressos eram chamados de
incunábula (que significa “de berço”).
Epílogo
Bom, era somente isso o que eu tinha para compartilhar
com os senhores! Fiquem com Deus e até a próxima!
Olá! Hoje veremos essa compilação de artigos que eu fiz:
este texto está maior do que aqueles que eu normalmente faço, porém ele é
completo.
As armas de haste são armas longas e feitas de madeira
com uma ponta metálica em uma de suas extremidades.
A
Lança
Esta arma possui entre 1 metro e dois metros (no máximo).
Não existe uma métrica certa que defina onde começa e onde termina uma lança
curta ou uma lança longa, os autores divergem quanto a isso, mas sabe-se que a
lança por ser uma arma eficiente, simples de ser operada e fácil de ser
fabricada (além de barata pois leva pouco metal) ela era comumente vista nas
mãos de soldados por toda a Europa, seja na Era Antiga ou na Era Medieval.
Existem vários tipos de lança com os mais variados usos, porém a simplicidade
em seu uso é denominador comum em todas elas. Se uma lança possuir mais de 2
metros de extensão, não se trata mais de uma lança, mas sim de um pique.
Pique
O pique (“pike” em inglês) é uma longa arma com pelo
menos 2 metros de extensão, podendo ter mais de 5 metros! É basicamente uma
“lança longa” e era utilizada principalmente pelos famosos mercenários suíços
em suas batalhas campais contra outras infantarias ou contra cavalaria. O uso
do pique ostensivamente por forças de infantaria, principalmente a partir de
1500 auxiliou a cavalaria a perder parte de sua importância militar.
Piqueiros x Cavaleiros.
Partazana
Essa arma também pode ser conhecida como “partisan”,
passou a ser popular entre infantarias europeias a partir do século XVI d.C. O
termo partazana deriva do francês “partisan” que literalmente significa
“partido”. Sendo assim, partazana seria uma maneira de se referir a lanças com
ganchos nas laterais (lanças partidas) que foram muito populares entre
infantarias, sobretudo as do Leste Europeu, que as utilizavam para barrar
ataques de cavalaria. Possuíam entre 1,80 metro e 2,50 metros de extensão.
Neste outro artigo eu falei exclusivamente sobre ela, vá lá e dê uma olhada.
Dois tipos de partazanas.
Acha
A acha é uma arma de madeira e metal que servia para
golpes contundentes e perfurantes, dependendo da maneira como se a utiliza!
A acha é conhecida como “polaxe” ou “war of hammer” em
fontes gringas, porém isso em inglês. Em francês o nome da arma é “hache” e em
italiano medieval é “azza”: o termo em português “acha” deriva destas duas
últimas palavras!
O auge da acha foi no século XV d.C, quando se tornou a
arma favorita dos duques de Borgonha, que na época eram os mais ricos da Europa
(e rivais dos reis da França pelo controle do país). Por falar nisso, é de
meados do ano 1400 a obra “Le Jeu de la Hache”, o manual que melhor descreve as
técnicas de uso da acha e que foi escrito por um mestre milanês anônimo á mando
do duque da Borgonha Filipe, o Ousado.
A acha era utilizada para esmagar inimigos que estivessem
armados da cabeça aos pés (isto é, vestindo armadura e protegidos
inteiramente!). Também tem um artigo exclusivo aqui no blog sobre a acha, basta
clicar aqui para acessá-lo e lê-lo!
Uma acha.
Bill
O “bill” ou “bill hook” é uma arma de haste pouco
conhecida no Brasil, mas muito famosa sobretudo na Inglaterra, que em épocas
passadas mantinham homens especificamente treinados no uso dessa arma, os
chamados “billman”, que usavam essa arma para confrontar (principalmente)
cavaleiros.
Um bill tem as suas origens em um instrumento agrícola
próprio para se fazer a poda de frutas e exemplares entre os 1,50 metro e os
2,75 metros eram utilizados principalmente entre ingleses e italianos.
Normalmente a arma era utilizada com o seu gancho batendo no alvo (um
cavaleiro) e a ponta era utilizada para controlar um inimigo e em certas
situações, estoca-lo, porém os bills italianos tinham uma ponta maior o que
possibilitava aos seus usuários utilizarem mais os golpes de estocada do que
entre outros povos.
Um bill.
Bardiche
Essa arma era muito cruel pois combinava o melhor da
lança com um machado. Muito utilizada na Idade Média e na Renascença, sobretudo
na Europa Central e Rússia, o bardiche em sua lâmina (a parte metálica) tinha
cerca de 60 cm de comprimento, tendo ao todo 1,50 metro. Era considerado um
machado pesado mais do que uma arma de haste segundo alguns autores.
Um bardiche.
Alabarda
(Halberd)
A alabarda europeia aparentemente tem a sua origem na
Germânia (Alemanha atual) de onde o seu nome deriva das palavras haim
(vara/cajado) e barte (machado). A arma combina o melhor de ambos e foi
largamente utilizada por infantarias a partir dos anos 1300, com destaque para
as famosas companhias mercenárias de suíços, que se valiam das mesmas em combate. A Guarda Suíça do
Vaticano ainda utiliza essa arma em serviço, embora a mesma seja mais relegada
a um uso cerimonial. Tinham entre 1,50 metro e 1,80 metro de comprimento e
podiam ser utilizadas tanto para bater em um cavaleiro derrubando-o, quanto
podia ser utilizada em golpes de estocadas.
Alabardas.
A Guarda Suíça do Vaticano com Alabardas.
Essas foram as principais armas de hastes que foram
exibidas neste artigo! Fiquem com Deus e até a próxima!
Olá! Neste texto veremos as principais diferenças entre
os dois livros chamados de “A Arte da Guerra” e que possuem autores diferentes.
Comparação
Eu li recentemente ambos os livros e as principais
diferenças são:
1.O
livro de Sun Tzu é voltado para a formação de um general, enquanto que o livro
de Maquiavel é voltado para a formação de um exército institucional (e de
caráter nacional).
2.As
instruções que Sun Tzu dá funcionam como “regra geral” enquanto que no livro de
Maquiavel, o personagem Fabrizio Colonna oferece “regras detalhadas” à respeito
de diversos assuntos.
3.A
obra de Sun Tzu foca bastante nos cálculos e na preparação do general antes das
batalhas e a obra de Maquiavel foca nas formações e na preparação da tropa.
Essas são as principais diferenças entre uma obra e a
outra. Ambas são muito boas e oferecem aos leitores dicas valiosas quanto à
arte da guerra! Existem uma série de pequenas diferenças existentes entre ambas
as obras, porém eu me limito a descrever as principais, deixando para os
leitores esses pormenores!
A meditação que eu defendo não é aquela em que a pessoa
fica sentada e com as pernas cruzadas. Na verdade eu me refiro a tirar um tempo
para que se possa ficar sozinho e poder se analisar internamente.
De maneira ignorante, fomos forçados a imaginar que a
meditação só pode ser feita sentada: ledo engano! A posição zazen teria sido
ensinada pelo lendário Bodidharma, porém a meditação que ele supostamente
ensinou aos monges de Shaolin não é a única maneira de se meditar.
Método
·Primeiramente:
nada de ficar sentado e com as pernas cruzadas! Você deve ficar em uma posição
confortável e que te permita raciocinar com calma.
·Segundo:
após encontrar a sua posição ideal, você deverá ordenar o seu pensamento; se
você tem pensamentos acelerados, você deverá acalmá-los e coloca-los em ordem.
Uma coisa: não esvazie a sua mente, isso é besteira, a mente precisa estar
bem-ordenada e não vazia.
·Terceiro:
após seguir os passos anteriores, comece a olhar para dentro de você: observe
os seus medos, a sua vaidade, as suas dores internas e também as suas virtudes!
Olhar para dentro de si é algo que a primeira vista é ruim, pois você está se
conhecendo, porém você crescerá bastante como indivíduo e com o tempo se
acostumará em ser confrontado.
Conclusão
Termino dizendo que meditação não é “coisa de oriental”,
mas sim coisa de uma pessoa que deseja se auto aprimorar!
Olá! Hoje eu darei uma rápida dica sobre como descobrir
como utilizar uma arma branca sem que se precise de instruções.
Formato
Observe uma arma branca e veja o formato dela: um facão
(machete) é longo e possui a ponta rombuda. Isso significa que é uma arma boa
para corte e péssima para estocada!
Uma espada longa é uma arma boa tanto para corte quanto
estocada devido ao seu tamanho e pelo fato de ter uma boa ponta.
Um gládio possui uma ponta bem destacada e isso significa
que... exatamente: possui um alto poder de estocada e deve ser utilizada assim!
Lembre-se: observe o formato da arma e assim você
descobrirá como se utiliza a mesma!
Conclusão
Se você compreendeu o que eu quero dizer então você pegou
a maneira de descobrir como funciona uma arma branca!
Olá! Eu recebo quase que diariamente visitas de diversos
locais do mundo neste blog. Nunca me perguntaram sobre cristãos armados, porém
eu resolvi me antecipar a essa questão e escrever sobre isso.
Introdução
De forma direta eu respondo a pergunta do título deste artigo: pode e deve! Mas antes de me
acusar sobre ser um cara violento, eu digo que você deveria ler todo o meu
texto para então tomar a decisão de refutá-lo ou não.
Cristãos
Armados?
"Então Jesus
lhes perguntou: ‘Quando eu os enviei sem bolsa, saco de viagem ou sandálias,
faltou-lhes alguma coisa?’ ‘Nada’, responderam eles.
Ele
lhes disse: ‘Mas agora, se vocês têm bolsa, levem-na, e também o saco de
viagem; e se não têm espada, vendam a sua capa e comprem uma.
Está
escrito: ‘E ele foi contado com os transgressores’; e eu lhes digo que isto
precisa cumprir-se em mim. Sim, o que está escrito a meu respeito está para se
cumprir’.
Os
discípulos disseram: ‘Vê, Senhor, aqui estão duas espadas’. ‘É o suficiente!’,
respondeu ele." -
Lucas 22:35-38 NVI
A Bíblia Sagrada é o manual de Fé do cristão: nada,
nenhum ensino pode ser maior do que ela. Nenhuma profecia pode anular o que
nela está escrita. Nenhum líder/chefe religioso pode acrescentar ou retirar
algo dela, sob pena de ser amaldiçoado (Apocalipse 22.18-19)!
A Bíblia Sagrada nos dá essa ordem e que partiu da boca
do próprio Jesus em pessoa! Em muitas bíblias está escrito no verso 38 do
capítulo 22 de Lucas: “basta”, porém na NVI o termo já vem corrigido para “é o
suficiente” que é a tradução mais correta. Isso já encerraria a pergunta-título
deste texto, porém é necessário formular um corpo bíblico de moral que envolva
a auto-defesa do cristão. Vamos a esse corpo?
Auto-Defesa
Em Êxodo 22.2-3 está escrito:
“Se o ladrão que
for pego arrombando for ferido e morrer, quem o feriu não será culpado de
homicídio, mas se isso acontecer depois do nascer do sol, será culpado de
homicídio. Um ladrão terá que restituir o que roubou, mas se não tiver nada,
será vendido para pagar o roubo.”
Vemos aqui que desde o Antigo Testamento, Deus dava ao
Seu Povo o Direito de Defender a sua propriedade privada! Se o assalto fosse de
noite, o hebreu poderia matar o assaltante que diante de Deus não haveria a
culpa do sangue!
Isso teoricamente vai contra o que está escrito em Mateus
5.10-12:
“ ‘Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.’
‘Bem-aventurados
serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem
todo tipo de calúnia contra vocês.
Alegrem-se
e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma
forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês’.”
Porém lendo o texto de maneira mais atenta, vemos que os
termos, “insultarem” e “calúnia” são utilizados na parte central do texto. Ou
seja: agressões verbais! Em outras palavras: se formos agredidos verbalmente,
devemos nos regozijar! Note que em momento algum o texto fala de agressão
física. Ou seja: você não pode agredir uma pessoa que te insultou por causa da
Fé! Você deve suportar e até ficar feliz por isso! Porém subentende-se em Lucas
22.36 que devemos cuidar de nossa defesa pessoal quando somos ameaçados
fisicamente.
Baseado na Bíblia Sagrada, devemos nos abster de responder
ofensas verbais e somente responder a violências físicas quando elas se
processarem.
Além disso, a Bíblia estimula homens a serem os
defensores de sua casa:
“Maridos, amem suas mulheres, assim
como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela” – Efésios
5.25
Devemos dar a nossa vida por nossas
esposas como oferta agradável ao Senhor! E se estivermos armados, melhor ainda!
Além disso, o próprio Jesus admite
que um homem forte é difícil de ser roubado:
“De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e
levar dali os seus bens, sem que antes o amarre. Só então poderá roubar a casa
dele.” – Marcos 3.27
Jesus morreu como Cordeiro, ressuscitou como Leão e
voltará como Adonai Tsavaoth, isto é, o Senhor dos Exércitos! (Apocalipse
19.11-21)
O teu Deus é guerreiro, cristão, portanto seja você
também um guerreiro!
Independente de onde você estiver, poderá se quiser
traduzir e publicar onde desejar este texto, desde que seja citada a fonte.
Fiquem com Deus e até a próxima!
Olá! Neste artigo nós iremos discorrer sobre o
desarmamento civil (da população) em quatro países diferentes ao longo da
história: Reino Visigodo, Reino da Coréia, Império Ryu Kyu e Japão. Vamos lá?
Primeiro
no Ocidente...
No Ocidente nós nos deparamos com o caso visigótico: após
se apossarem da Península Ibérica (entre 411 e 500) os visigodos criaram leis e
tribunais para si (e frequentavam igrejas arianas) enquanto que as populações
de origem romana viviam debaixo de outro código de leis e frequentavam as
igrejas de credo niceno.
Sempre houve esse “apartheid” na Península Ibérica
durante o reinado visigodo. Porém essa política discriminatória chegou ao seu
ápice no reinado de Quindasvito (reinou entre 642 à 649) quando o rei ordenou
que as populações de origem romana fossem desarmadas e proibidas de formarem
milícias. Os sucessores de Quindasvito mantiveram essa lei o que deixou o país
à mercê dos muçulmanos que o invadiram em 711: o exército visigótico estava no
norte esmagando uma revolta de bascos, quando Tariq ibn-Zayed desembarcou na
Bética; não havia como formar um exército para combater os invasores o que só
piorou após o exército real visigodo ter sido derrotado em Guadalete.
Em poucos anos a Península quase inteira foi conquistada
pelos muçulmanos, o que se explica por conta do desarmamento da população.
Pelágio só resistiu com seus partidários nas Astúrias porque eram visigodos
(tinham acesso à armas).
Desarmar a população fortalece governos internamente,
porém deixa o país frágil para invasões externas, como vimos no exemplo atual e
veremos nos seguintes...
Agora
Para a Outra Península!
Na Península da Coréia existia o Reino de Choson. Os
aristocratas que governavam Choson desestimulavam a prática das artes marciais
para evitar que movimentos militares organizados os destituíssem do Poder. A
única arte marcial que se permitia a prática era o arco e flecha. O país ficou
assim pronto para ser invadido pelo shogun Hideyoshi (em 1591), que o arrasou e
só não o conquistou por causa da intervenção da Casa dos Ming, que enviaram
forte ajuda militar, além da frota do próprio Choson, que se modernizou
rapidamente e assim pode enfrentar as forças navais do Japão em pé de igualdade
no mar. Novamente vemos que desarmar a população é algo que é bom para governar
internamente um país, porém deixa-o à mercê de invasões estrangeiras...
Em
Ryu Kyu
Para quem não sabe, foi no arquipélago Ryu Kyu que
supostamente teria surgido o todê, arte marcial que daria origem ao karatê.
Quem estuda o karatê sabe que isso ocorreu (o surgimento do todê) exatamente
porque o rei Sho Hashi, senhor de Ryu Kyu, optou por desarmar a população do
arquipélago o que os deixou indefesos perante a invasão promovida pelo Clã
Satsuma em 1609. O Império Ryu Kyu teve pesadas baixas nos poucos combates
contra os satsumas e foram obrigados a pagarem tributos para o shogun.
Japão
O shogun Hideyoshi, o mesmo que invadiu e devastou a
Coréia, proibiu a população japonesa de se armar, também criou a casta dos
samurais: quem nascia em uma família de samurais teria acesso garantido a
armas, educação e privilégios. A intenção de Hideyoshi era evitar que surgisse
um camponês (como ele) e o desafiasse. Assim desde aqueles tempos (século XVI)
o Japão é um país com a população desarmada e assim se segue até aos dias
atuais, o que os tem deixado indefesos perante a República Popular da China...
Conclusão
Vemos que desarmar a população é um ato que
favorece o governo de um país, porém o deixa totalmente indefeso perante
invasões estrangeiras. Em 2003 foi sancionado no Brasil o Estatuto do
Desarmamento e em 2012 foi sancionada uma lei que proíbe as pessoas de fazerem
milícias. O cenário está preparado para sermos invadidos e dominados por
potências estrangeiras: tudo isso é culpa dos governos Lula e Dilma! Como defenderemos
a Amazônia da sanha internacional?